Bolsonaro reúne apoiadores em SP e pede anistia a condenados do 8 de Janeiro; senadores de Rondônia marcam presença

Evento na Avenida Paulista reacende debate sobre perdão a envolvidos nos ataques a instituições em 2023; senadores Bagatoli e Marcos Rogério comparecem ao ato.*

Bolsonaro lidera ato por anistia a condenados do 8 de Janeiro em São Paulo

Porto Velho, RO - Um ato político na Avenida Paulista, neste domingo, reuniu apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro para pedir a anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando sedes dos Três Poderes em Brasília foram invadidas. O evento contou com a presença de figuras aliadas, como os senadores de Rondônia, Hamilton Bagatoli (PL) e Marcos Rogério (PL), que reforçaram o discurso em defesa dos punidos.

Debate sobre anistia divide opiniões

Durante o comício, Bolsonaro classificou as condenações como "excessivas" e defendeu o perdão jurídico aos envolvidos, argumentando que muitos agiram por "revolta espontânea". A proposta, no entanto, é alvo de críticas de juristas e partidos de oposição, que veem a medida como um risco à impunidade em casos de violência contra a democracia.

Senadores de Rondônia apoiam movimento

Os parlamentares Bagatoli e Marcos Rogério, conhecidos por alinhamento ao bolsonarismo, destacaram em seus discursos a necessidade de "reconciliação nacional". Rogério, que integrou a CPI do 8 de Janeiro, já havia se manifestado anteriormente contra a prisão de alguns acusados.

Repercussão política

O ato na capital paulista reacendeu o debate sobre os limites entre anistia política e responsabilização penal. Enquanto organizadores afirmaram que o evento reuniu "milhares", a Polícia Militar não divulgou números oficiais. Especialistas em direito constitucional ouvidos pela reportagem lembram que processos relacionados ao 8 de Janeiro já transitam em instâncias superiores, o que dificultaria qualquer revisão coletiva das penas.

Contexto

Os ataques de 8 de Janeiro completaram um ano em 2023, com mais de 1.400 pessoas indiciadas e centenas de condenações por crimes como dano qualificado e associação criminosa. O STF mantém a tese de que os atos foram tentativa de golpe, rejeitando pedidos de anistia até o momento.