Porto Velho, RO - Um relatório recente do governo de Mato Grosso do Sul, obtido pela CNN, revela um avanço alarmante das queimadas no Pantanal, que devastaram quase 400 mil hectares em apenas uma semana. Na terça-feira (30), o total de área queimada era de 700 mil hectares no Pantanal sul-mato-grossense. Já na terça-feira (6), esse número subiu para 1.089 milhão de hectares, representando um aumento de 55% em apenas sete dias.
Devido ao avanço do fogo, a BR 262, que conecta Campo Grande (MS) a Corumbá (MS), foi fechada pelos Bombeiros. A travessia na rodovia está sendo realizada com interrupções frequentes após as chamas chegarem às suas margens. As queimadas chegaram a invadir cidades como Corumbá, Miranda e Aquidauana, intensificando a crise ambiental na região.
Incêndios no Pantanal em 2024
Este já é considerado o maior incêndio da história do Pantanal, superando o recorde anterior de 2020, quando 500 mil hectares foram carbonizados. A alta, que foi de 118% em relação a 2020 e de 3.791% entre 2023 e 2024, revela a gravidade da situação. Após 128 dias de atividades, a Operação Pantanal entra agora em sua fase mais crítica, visto que agosto e setembro são meses tradicionalmente secos na região.
Em entrevista à CNN, a tenente-coronel Tatiane Dias, do Corpo de Bombeiros do MS, falou sobre o desafio: “Estamos atuando efetivamente em nove grandes incêndios no Pantanal, mas a demanda é muito grande e a todo momento recebemos novas solicitações”. Ela mencionou ainda que um dos maiores incêndios começou com um caminhão que pegou fogo em meio à vegetação seca, atingindo aproximadamente 270 mil hectares.
Quais são os impactos das queimadas na BR 262?
A tenente-coronel Tatiane Dias explicou que a densa fumaça resultante dos incêndios prejudica significativamente a visibilidade na BR 262, causando a suspensão de todos os voos e limitando os esforços de combate ao fogo ao trabalho de solo. “Essa fumaça também tem uma consequência direta no nosso combate. Nossas aeronaves estão impossibilitadas de efetuar lançamentos de água nas linhas de fogo devido à visibilidade reduzida”, relatou Tatiane Dias.
Relatos de moradores locais, como o fotógrafo Philipe Prestes, descrevem a gravidade da situação: “Mais especificamente no trecho Corumbá-Miranda, vemos muitos focos de incêndio tanto perto quanto longe da BR, com as luzes das queimadas e a fumaça visível à distância”.
Como o governo está combatendo as queimadas no Pantanal?
De acordo com o governo federal, são 233 agentes de diversos órgãos do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, 106 militares do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, 34 agentes da Força Nacional de Segurança Pública, 20 do Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil, além de membros das Forças Armadas e da Polícia Militar estadual, que estão no local combatendo as chamas.
Para a operação, estão sendo utilizadas 23 aeronaves, sete caminhões, seis embarcações e 44 caminhonetes. Acontece que os focos de calor saltaram de 255 em 2023 para 5,4 mil em 2024. No recorde histórico, em 2020, tinham sido 3.672.
Principais Ações de Combate:
- Utilização de aeronaves para lançamento de água (suspensas devido à fumaça)
- Equipes de solo combatendo diretamente as chamas
- Interrupções e monitoramento contínuo nas rodovias afetadas
- Mobilização de agentes locais e federais
O biólogo Gustavo Figueroa, diretor do SOS Pantanal, está no Pantanal da Nhecolândia ajudando no combate às queimadas como voluntário. Ele afirma que a situação é grave e que a seca, que dura até o final de setembro, torna o combate ao fogo ainda mais desafiador.
Conclusão
As queimadas no Pantanal em 2024 já são o maior desastre ambiental da região até hoje. Com um aumento significativo de áreas atingidas em comparação aos anos anteriores, a luta para conter o fogo é intensa e cheia de desafios. A mobilização de diversos órgãos e agentes reflete a gravidade da situação, mas a expectativa é que a seca prolongada agrave ainda mais o cenário.
Fonte: O Antagonista
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