Renata Monteiro durante patrulha na missão de paz do Sudão do Sul | Foto: Divulgação
Porto Velho, RO - A crise humanitária no Sudão atingiu níveis alarmantes em meio ao conflito entre as Forças Armadas Sudanesas (SAF) e as Forças de Apoio Rápido (RSF).
Líderes católicos no país expressaram profunda preocupação com a situação, destacando que, apesar dos esforços internacionais, a paz permanece distante. Um novo encontro de negociações está previsto para o próximo dia 14, mas já enfrenta críticas por excluir grupos civis importantes.
O padre Biong Kwol Deng, uma das principais vozes da igreja no Sudão, relatou que a comunidade católica tem sido severamente impactada, com igrejas sendo forçadas a fechar e muitos líderes religiosos precisando fugir para o Sudão do Sul.
“Estamos numa situação desesperadora”, afirmou, mencionando a escassez de alimentos, água e medicamentos. Ele destacou que a crise no Sudão tem sido amplamente ignorada pela comunidade internacional.
Entenda a crise no Sudão
O Sudão, independente desde 1956, enfrentou décadas de guerra civil entre o norte e o sul, culminando na independência do Sudão do Sul em 2011. A queda de Omar al-Bashir em 2019 trouxe esperança de uma transição democrática, mas essa foi interrompida por um golpe militar em 2021, liderado pelo general Abdel Fatah al-Burhan.
Desde então, o Sudão mergulhou em uma luta pelo poder entre Burhan e Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, líder das RSF. O conflito, que eclodiu em abril de 2023, intensificou a crise humanitária, com milhares de mortos e milhões de deslocados. A tentativa de integrar as RSF ao exército sudanês foi o estopim da violência que devastou o país.
Atualmente, a população enfrenta escassez de recursos básicos, e a situação se agrava com a chegada da estação das chuvas.
Fonte: O Antagonista
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