Evidências mostram que infecção bacteriana pode estar por trás da endometriose. Anitta chamou a atenção ao revelar que sofre da condição
Porto Velho, RO - A endometriose é um problema ginecológico relativamente comum, que afeta cerca de 7 milhões de mulheres no Brasil e provoca sintomas dolorosos. A cantora Anitta chamou a atenção para a condição ao divulgar que passaria por uma cirurgia para tratá-la.
As causas da endometriose ainda não estão bem estabelecidas na ciência, e um novo estudo avançou ao sugerir que ela pode estar ligada à presença de uma bactéria no organismo. Para cerca de 15% das mulheres, o diagnóstico de endometriose só é fechado depois de uma década. A hipótese de realizar um exame para confirmar uma bactéria encurtaria o doloroso caminho.
Publicado na revista Science Translational Medicine na quarta-feira (14/6), o estudo sugere que as bactérias do gênero Fusobacterium podem estimular o desenvolvimento da endometriose. A infecção pelo micro-organismo levaria à multiplicação do tecido que recobre o endométrio, causando a endometriose.
Como foi feito o estudo?
Os pesquisadores analisaram amostras de tecido retiradas de 79 mulheres com endometriose e 76 sem – todas tinham passado por cirurgias no Nagoya University Hospital e no Toyota Kosei Hospital, no Japão. Eles descobriram que 64% das pacientes com endometriose tinham essas bactérias no revestimento uterino, contra menos de 7% das mulheres no grupo controle.
A F. nucleatum, um tipo específico do gênero, parece ser a maior responsável pelo crescimento e espalhamento do tecido do endométrio, e a boa notícia é que ela não é resistente a antibióticos de uso comum.
Em outra etapa do estudo, os pesquisadores inocularam bactérias do gênero no sistema reprodutivo de ratos para avaliar o que acontecia. A editora da revista Science, Melissa Norton, celebrou a importância do experimento para fortalecer a vinculação de uma coisa à outra.
“A inoculação de Fusobacterium aumentou o número e o peso das lesões endometrióticas, enquanto o tratamento antibiótico com metronidazol e cloranfenicol pode reduzir as lesões. Esses achados sugerem que a infecção por Fusobacterium pode contribuir para a endometriose e que o tratamento com antibióticos pode ser uma resposta, nestes casos, para erradicar a infecção endometrial, o que deve ser mais estudado”, disse Melissa na introdução do artigo.
O que é a endometriose?
A endometriose é uma modificação no funcionamento normal do organismo, fazendo com que as células do tecido que reveste o útero (endométrio) tenham um caminho diferente. Em vez de serem expulsas durante a menstruação, elas se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a se multiplicar. Os principais sintomas dessa condição são:
Dor em forma de cólica durante o período menstrual, que pode incapacitar as mulheres a exercerem suas atividades habituais;
Fonte: Metropoles
Porto Velho, RO - A endometriose é um problema ginecológico relativamente comum, que afeta cerca de 7 milhões de mulheres no Brasil e provoca sintomas dolorosos. A cantora Anitta chamou a atenção para a condição ao divulgar que passaria por uma cirurgia para tratá-la.
As causas da endometriose ainda não estão bem estabelecidas na ciência, e um novo estudo avançou ao sugerir que ela pode estar ligada à presença de uma bactéria no organismo. Para cerca de 15% das mulheres, o diagnóstico de endometriose só é fechado depois de uma década. A hipótese de realizar um exame para confirmar uma bactéria encurtaria o doloroso caminho.
Publicado na revista Science Translational Medicine na quarta-feira (14/6), o estudo sugere que as bactérias do gênero Fusobacterium podem estimular o desenvolvimento da endometriose. A infecção pelo micro-organismo levaria à multiplicação do tecido que recobre o endométrio, causando a endometriose.
Como foi feito o estudo?
Os pesquisadores analisaram amostras de tecido retiradas de 79 mulheres com endometriose e 76 sem – todas tinham passado por cirurgias no Nagoya University Hospital e no Toyota Kosei Hospital, no Japão. Eles descobriram que 64% das pacientes com endometriose tinham essas bactérias no revestimento uterino, contra menos de 7% das mulheres no grupo controle.
A F. nucleatum, um tipo específico do gênero, parece ser a maior responsável pelo crescimento e espalhamento do tecido do endométrio, e a boa notícia é que ela não é resistente a antibióticos de uso comum.
Em outra etapa do estudo, os pesquisadores inocularam bactérias do gênero no sistema reprodutivo de ratos para avaliar o que acontecia. A editora da revista Science, Melissa Norton, celebrou a importância do experimento para fortalecer a vinculação de uma coisa à outra.
“A inoculação de Fusobacterium aumentou o número e o peso das lesões endometrióticas, enquanto o tratamento antibiótico com metronidazol e cloranfenicol pode reduzir as lesões. Esses achados sugerem que a infecção por Fusobacterium pode contribuir para a endometriose e que o tratamento com antibióticos pode ser uma resposta, nestes casos, para erradicar a infecção endometrial, o que deve ser mais estudado”, disse Melissa na introdução do artigo.
O que é a endometriose?
A endometriose é uma modificação no funcionamento normal do organismo, fazendo com que as células do tecido que reveste o útero (endométrio) tenham um caminho diferente. Em vez de serem expulsas durante a menstruação, elas se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a se multiplicar. Os principais sintomas dessa condição são:
Dor em forma de cólica durante o período menstrual, que pode incapacitar as mulheres a exercerem suas atividades habituais;
- Dor durante as relações sexuais;
- Dor e sangramento ao urinar e evacuar, especialmente durante a menstruação;
- Fadiga;
- Diarreia;
- Dificuldade para engravidar.
Fonte: Metropoles
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