Entre as razões está a capacidade de resposta do sistema imunológico, que fica mais lenta e fraca à medida em que a pessoa envelhece
Com o avanço da pandemia de COVID-19 no país, foi possível observar que o número de pessoas infectadas com menos de 60 vem aumentando, sendo até superior ao dos idosos. No entanto, é ainda com a população da terceira idade que o risco de letalidade segue preocupante.
Segundo dados do Governo de São Paulo, mesmo não sendo a maioria dos casos confirmados da doença, o percentual de óbitos entre pessoas com 60 anos ou mais é de aproximadamente 78%.
Uma das razões apontadas pelos especialistas é de que, com a idade, são maiores os riscos de o paciente apresentar doenças preexistentes que podem agravar um quadro de COVID-19.
Doenças crônicas, como diabetes, asma, hipertensão ou doença cardíaca, são fatores de risco, pois fragilizam o organismo do idoso, tornando-o mais vulnerável à evolução do vírus.
Conforme explica a Dra. Aline Thomaz, geriatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, mesmo sem apresentar comorbidades, os idosos correm maior risco de complicações e sintomas mais graves do que os que acometem crianças, jovens e adultos.
“Até 39 anos, a taxa de mortalidade é de 0,2%. Sobe para 0,4% em pessoas acima de 40 anos. Chega a 1,3% na faixa de 50 e 69 anos e avança para 8% dos 70 aos 79 anos. No caso dos infectados com mais de 80 anos, a taxa dá um grande salto, chegando a 14,8%”, destaca.
A médica ressalta que o principal motivo é a capacidade de resposta do sistema imunológico mais lenta e fraca à medida em que a pessoa envelhece e isso prejudica a reação corporal aos patógenos e à infecção viral.
Dessa forma, os cuidados devem ser redobrados. Veja a seguir as dicas da especialista.
Como os idosos podem se proteger
“O maior cuidado, sem sombra de dúvida, é respeitar com rigor o isolamento social”, frisa a médica.
Ela esclarece que, enquanto perdurar a recomendação do Ministério da Saúde, o idoso só deve sair de casa em caso de extrema necessidade.
Também é importante vacinar-se contra a gripe, além de seguir as recomendações gerais de prevenção do contágio, como manter distância de 2 metros de outras pessoas, lavar constantemente as mãos e não tocar os olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
Além disso, a especialista destaca que uma boa qualidade de vida é essencial para fortalecer o sistema imunológico.
“Ter uma noite de sono de qualidade, adotar a prática de exercícios físicos, uma alimentação equilibrada e atividades saudáveis, como leitura, trabalhos manuais e outras opções de lazer, são bons exemplos de como se manter saudável”, afirma a Dra. Aline, fazendo um alerta sobre a importância de cuidar também da saúde mental do idoso durante a quarentena.
Segundo ela, é necessário estar atento aos sinais para evitar o desenvolvimento de um quadro depressivo. “Ser isolado de amigos e familiares ou impedido de sair de casa e ter sua rotina alterada podem gerar sintomas como ansiedade, medo, tristeza e pensamentos negativos.”
A geriatra ressalta que os sintomas tendem a diminuir no decorrer do período de adaptação, mas, caso isso não ocorra, deve-se buscar suporte profissional. “Diversos profissionais da saúde mental atualmente realizam atendimento online periódico, focados no apoio durante a quarentena”, explica.
E para os idosos que são assistidos por cuidadores, vale destacar a importância de evitar o contato físico, como apertos de mão, abraços e beijos. O idoso e seu cuidador devem manter as mãos higienizadas e todas as superfícies e objetos de uso desinfetadas, como celulares, controle da TV, maçanetas, mesas etc.
“Outro ponto muito importante em relação aos prestadores de serviços, especialmente cuidadores, é que evitem ao máximo o contato com outras pessoas e lugares durante a sua jornada de cuidado ao idoso assistido”, reforça a especialista.
Retomada dos atendimentos eletivos
Com o objetivo de voltar a dar assistência às demais comorbidades que afetam a vida dos idosos e demais pacientes, sobretudo daqueles que dependem de uma melhora de suas condições para ter mais qualidade de vida, o Hospital São Camilo fez rigorosas adaptações, com atenção especial à segurança do paciente.
Foram estabelecidos novos fluxos, isolando os espaços de atendimento aos casos suspeitos e confirmados de COVID-19 das demais áreas, desde a entrada até a saída do Hospital.
Antes de entrar no prédio, todos os pacientes são triados no intuito de identificar sintomas ou histórico suspeito, com direcionamento ao serviço de urgência, quando necessário.
Além disso, as consultas do Centro Médico são realizadas a cada 30 minutos. Ao entrar no Hospital, os pacientes recebem máscaras descartáveis e são orientados, através de sinalizações, a manter distanciamento social nas áreas de espera e elevadores.
Já para os casos cirúrgicos, a decisão seguirá, em cada caso, de acordo com o alinhamento entre o médico e o paciente, priorizando sua saúde e segurança em todas as etapas do processo.
Rede de Hospitais São Camilo
A Rede de Hospitais São Camilo é composta por três hospitais modernos em São Paulo, que ficam nos bairros da Pompeia, Santana e Ipiranga, capacitados para atendimentos eletivos, de emergência e cirurgias de alta complexidade, além de realizar transplantes de medula óssea.
Hoje, a Rede presta atendimento em mais de 60 especialidades, oferece aproximadamente 800 leitos e um quadro clínico de mais de 7,4 mil médicos qualificados.
As unidades possuem importantes acreditações internacionais, como a Joint Commission International (JCI), renomada acreditadora dos Estados Unidos reconhecida mundialmente no setor, e a Acreditação Internacional Canadense.
A Rede faz parte da Sociedade Beneficente São Camilo, uma das entidades que compreende a Ordem dos Ministros dos Enfermos (Camilianos), uma organização religiosa presente em mais de 30 países, fundada pelo italiano Camilo de Lellis há mais de 400 anos. No Brasil desde 1922, a Rede conta com expertise, tradição em saúde e gestão hospitalar.
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