VÍDEO: Inspeção encontra gato, cachorro e até caramujo dentro do hospital de referência para tratamento do COVID-19

Porto Velho, RO - Inspeção do Sindsaúde encontra gato, cachorro e até caramujo dentro do hospital de referência para tratamento do COVID-19

Uma inspeção realizada esta semana pelo Sindsaúde, a pedido do Ministério Público do Trabalho, encontrou verdadeiros ´achados´ dentro do Centro de Medicina Tropical, o hospital de referência para o tratamento de pacientes graves acometido do Coronavírus.

A inspeção encontrou gato, cachorro e até caramujo dentro do hospital, dentre outras irregularidades que comprometem a saúde de pacientes e servidores como infiltração e fungos nas paredes que estão rachadas, leitos enferrujados e até reaproveitamento de máscaras. O assunto foi tema do Programa do Fogaça, exibido na tarde de ontem.

O diretor sindical do Sindsaúde, Maicon Martins, esteve junto na inspeção junto com a presidente Célia Campos e fez um relato minucioso da situação. Segundo ele, o hospital está praticamente abandonado e a única reforma que está havendo, de R$ 11 milhões, é no estacionamento.

“Ficamos preocupados pois a situação hoje em época da pandemia, o hospital é colocado pela gestão como centro de referência, mas nos deparamos com uma situação de abandono”, comentou. Várias fotos e filmagens foram feitas pelos representantes sindicais e enviadas ao MPT.

A questão da presença de animais dentro da unidade é de conhecimento do Estado há pelo menos dois anos.

Em 2018, a então gestora ambiental do Cemetron Márcia Abrantes Alves, enviou ofício ao Centro de Zoonoses do Município solicitou uma investigação a respeito da morte de animais domésticos dentro da unidade.

A Gestão Ambiental também pediu a retirada e a eliminação (morte) de animais que apresentassem qualquer tipo de suspeição para doenças. Segundo o laudo do Centro de Zoonoses, o Hospital não possui estrutura adequada para evitar a entrada desses animais, que entram e vagam livremente, são alimentados e ainda se reproduzem no local.

Muitos desses animais, principalmente gatos, estavam morrendo de causa misteriosa, o que levou a direção da Gerência Ambiental a pedir a captura e eliminação deles. Para os sindicalistas, era preferível investir R$ 12 milhões (utilizados na compra do Regina Pacis) na reforma do Cemetron, evitando gastos desnecessários.

EPI

De acordo com Maicon Martins, outro problema detectado pela inspeção, é a falta de equipamentos de proteção individual (EPI´s) nas unidades. O problema maior é nos hospitais João Paulo Segundo e de Base, que possuem muitos servidores e equipamentos suficientes para atender toda a demanda.

“Muitos servidores foram contaminados pelo COVID – 19 por irresponsabilidade das autoridades”, lamentou o sindicalista.

As visitas não foram feitas apenas no Cemtron, mas em outras unidades. O que se vê é que muitos deles estão utilizando EPI inadequado (máscara cirúrgica) ao invés da N - 95 (apropriada para este tipo de situação). Segundo o sindicalista, muitos servidores estão adoecendo por causa dessa omissão do Estado e obrigados a reutilizar esses EPI´s