Grávida de 05 meses, confeiteira de Vilhena que entrou ilegalmente nos EUA junto com marido e filho contrai Coronavírus

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Grávida de 05 meses, confeiteira de Vilhena que entrou ilegalmente nos EUA junto com marido e filho contrai Coronavírus


“Era tudo ilusão. Quem pensa que vai vir pros Estados Unidos pra passar necessidade?"

Porto Velho, RO - Dias atrás, o FOLHA DO SUL ON LINE publicou o relato de uma vilhenense, que falava da situação de brasileiros legais e ilegais nos Estados Unidos, país que vem sendo duramente atingido pela pandemia de Coronavirus que começou na China e se espalhou pelo mundo.

A bacharel em direito revelou que, por causa da falta de trabalho, muitos imigrantes estavam enfrentando dificuldades até mesmo para se alimentar, drama que vinha sendo amenizado pelas ações sociais de igrejas, distribuindo comida

Hoje, uma reportagem do portal de notícias R7, ligado à Rede Record, confirmou o que o veículo eletrônico vilhenense havia publicado, usando a seguinte manchete: “Ignorados pelos EUA, imigrantes ilegais apelam ao governo brasileiro por ajuda”

Coincidentemente, a reportagem traz a entrevista de uma ex-moradora de Vilhena, que entrou ilegalmente nos EUA através do México, junto com o marido e o filho de 02 anos. Grávida de cinco meses, a vilhenense contraiu a Covid-19 em solo americano. Eis o trecho da reportagem que fala sobre o casal:

Grávida de 5 meses, Fabiana também contraiu a doença. Ela, o marido e o filho, de 2 anos, chegaram aos EUA há quase um ano, depois de deixar para trás a oficina mecânica dele e os serviços de confeiteira dela em Vilhena, em Rondônia.

Com uma renda familiar de R$ 1,5 mil, não conseguiram visto de turismo e resolveram atravessar a fronteira do México para chegar a El Paso, no Texas, uma travessia ilegal feita por um número recorde de brasileiros no último ano: quase 20 mil, segundo estimativas.

"A gente achava que finalmente ia viver os sonhos que já tinha deixado pra trás, que a gente ia mandar dinheiro pro Brasil. Era tudo ilusão. Quem pensa que vai vir pros Estados Unidos pra passar necessidade?", relata, em lágrimas. Ela já emagreceu 25 quilos desde a viagem, que custou US$ 15 mil dólares, apenas parcialmente pagos a um coiote - o traficante de pessoas que viabiliza a entrada irregular de migrantes pela fronteira.

“Demos quase tudo o que a gente tinha, chegamos no país com US$ 100 no bolso", diz. O marido arrumou "bicos" como azulejista, carpinteiro, faxineiro, ajudante. Cada dia em um lugar, com um patrão diferente. Recebia cerca de US$ 120 por dia. Mas, com a doença e o fechamento quase completo dos comércios há cerca de um mês, todos os trabalhos desapareceram.

O governo de Massachussets determinou que nada funcionará até o dia 4 de maio. Com o aluguel atrasado e uma dívida de US$ 3,8 mil com o coiote, Fabiana faz contas: "Recebemos três cestas básicas do pessoal da igreja, brasileiros que ajudam. Temos o que comer por mais duas semanas. Se ele não conseguir voltar a trabalhar até lá, não sei o que vai ser".

O sofrimento de Fabiana é o mesmo de alguns milhares de brasileiros indocumentados nos EUA que, em meio à quarentena geral e à recessão econômica, não têm direito ao auxílio de US$ 1,2 mil aprovado recentemente pelo governo americano para pessoas em situação vulnerável — nem aos R$ 600 mensais da renda básica emergencial brasileira.


Fonte: Folha do Sul

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