A candidata a presidente Marina Silva (Rede) já se mostrou contrária ao asfaltamento da BR-319, que liga Porto Velho a Manaus.
Quando era ministra do Meio Ambiente do Governo Lula, Marina se posicionou firmemente contra a obra.
Agora, ouvida pela Folha de São Paulo em reportagem publicada nesta quinta-feira no site do jornal, a presidenciável desconversou, mas deu a entender que não vê a obra com bons olhos.
Nascida no Acre, Marina Silva foi questionada pelo jornal se, eleita presidente, pavimentaria a BR. Resposta dela: “Os estudos de impacto ambiental da BR-319 foram devolvidos para complementações. Como está em uma das regiões mais sensíveis da Amazônia, o EIA (Estudo de Impacto Ambiental) precisaria ser aprofundado a fim de oferecer com clareza os reais impactos da obra, até agora subestimados, e garantir as condições para sua efetiva viabilidade socioambiental até agora não demonstrada. A pavimentação dependerá dessa demonstração”.
Diferente de Marina, Guilherme Boulos, do PSOL, foi direto na sua resposta: “Seguir com a pavimentação dos 400 quilômetros que faltam da BR-319 traria alto impacto ambiental. A rodovia não pode colocar em risco o último dos grandes blocos de floresta amazônica preservada, que está no estado do Amazonas. É preciso colocar em prática na região um plano estratégico de infraestrutura que seja viável econômica e ambientalmente”.
Geraldo AlckminPSDB
A BR-319 já foi pavimentada na década de 80. Porém, devido à falta de manutenção, a rodovia se deteriorou. O que se discute é a reconstrução. O trajeto, antes feito em 10 horas, demora três dias.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já tem um projeto que está sendo aperfeiçoado para atender as demandas de ambiente da sociedade.
Uma vez atendidas as exigências ambientais, é natural que o governo federal dê prosseguimento à reconstrução.
Álvaro DiasPodemos
Sim. A pavimentação da rodovia BR-319 está incluída em nosso Plano de Metas junto a outras obras cuja finalização é urgente: BR-163, rodovias do Pará, Transamazônica, Calha Norte, no Amapá, entre outras.
As condições para retomar os investimentos necessários em infraestrutura incluem a estruturação de um marco regulatório setorial que força segurança econômica e jurídica aos investidores, o desenvolvimento de um funding e investimentos estrangeiros, desenvolvimento de novas PPIs [programa de parcerias de investimentos] e concessões, entre outras ações de ordem econômica que devem resultar no aumento da produtividade, competitividade e redução do custo do transporte.
No caso da BR-19, haverá atenção especial à manutenção das condições ambientais com todo rigor.
Henrique MeirellesMDB
Sim. Será importante que a pavimentação venha acompanhada de algumas restrições ao aumento da população e ao desmatamento ao longo da rodovia.
Fernando HaddadPT
A pavimentação da BR-319 é uma velha aspiração de toda a região amazônica porque conecta as regiões agrícolas de Rondônia, Acre e parte de Mato Grosso com os portos amazônicos de Manaus, Santarém e Belém.
Assegura, além disso, uma ligação rodoviária perene com o Centro-Sul. Será preciso, entretanto, avaliar com profundidade os impactos eventuais, sobretudo nas populações indígenas que serão atingidas pela pavimentação da rodovia, e os efeitos ecológicos. Não defendemos o desenvolvimento a qualquer preço. Mas reconhecemos o papel-chave que a pavimentação desta rodovia tem na região.
Jair BolsonaroPSL
Não respondeu ao questionamento. Em passagem por Manaus em dezembro de 2017, afirmou que pretende acionar o Exército para atuar nas obras de manutenção.
Ciro GomesPDT
O candidato não respondeu até a publicação da reportagem. Durante o primeiro debate presidencial, em agosto, prometeu retomar as obras da BR-319 após licenciamento ambiental.
João AmoêdoNovo
O candidato não respondeu ao questionamento até a publicação desta reportagem.
Com informações da Folha.com
0 Comentários