A menina de 11 anos que alegou ter sido vítima de um estupro coletivo em Praia Grande, no litoral de São Paulo, desmentiu o fato durante novo depoimento na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), nesta segunda-feira (23), segundo a Polícia Civil. Ela criou a história, ainda de acordo com a polícia, para tentar evitar uma briga com uma colega da mesma idade.
Um boletim de ocorrência registrado no domingo (22) informava que a vítima estava com amigos em um baile funk no bairro Vila Mirim, quando foi estuprada por um grupo de 14 jovens. Com a ajuda de uma vizinha da família, ela foi encaminhada ao Pronto Socorro, onde os médicos da unidade constataram o possível abuso sexual.
A menina foi, então, encaminhada ao Conselho Tutelar da cidade, e permaneceu em um abrigo. A Promotoria da Infância e Juventude foi acionada para acompanhar a ocorrência e a polícia iniciou os trabalhos para tentar identificar os envolvidos no crime que, mais tarde, descobriu-se que não tinha ocorrido.
"Não aconteceu nada. Não existiu estupro coletivo. Em depoimento, ela admitiu que inventou a história para evitar que apanhasse de uma amiga", informou o delegado titular da cidade, Carlos Henrique Fogolin de Souza. Segundo ele, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) não atestou relação sexual recente.
Sobre uma suposta hemorragia constatada pela médica de plantão no Pronto Socorro do Quietude, e mencionada pelo promotor da Vara da Infância e Juventude da cidade, Carlos Cabral Cabrera, mais cedo, após informações do Conselho Tutelar, a Polícia Civil também desmente. "Na verdade, a menina estava menstruada. O IML atestou".
A investigação da Polícia Civil ainda descobriu que não houve qualquer baile funk na região mencionada por ela na última semana. A versão de que a menina foi expulsa de casa pela mãe, que é acamada, também é inverídica. A polícia passa a apurar a relação da vizinha com a criança, que deverá responder por ato infracional.
Em nota, o Conselho Tutelar afirma que ainda está trabalhando pela integridade da menor, e independentemente dos desdobramentos ou reviravoltas da investigação, que está a cargo da DDM, seguirá com o papel de proteção dela.
O G1 não conseguiu contato com a médica que atestou a suposta hemorragia na menina no Pronto Socorro do Quietude.
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