Filha de jovem jogada em represa viu crime e fez relato à avó: 'Mamãe está na água, não no céu'

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Filha de jovem jogada em represa viu crime e fez relato à avó: 'Mamãe está na água, não no céu'



Por Carlos Dias, G1
A criança de dois anos que foi abandonada em uma rua de Sorocaba (SP) ajudou a polícia na investigação que prendeu o suspeito Celso Rodrigues Nunes, de 33 anos, na terça-feira (20). Segundo a polícia, Celso jogou a mãe da menina, Juliana Jovino, em uma represa em Votorantim (SP). O corpo dela foi encontrado em dezembro do ano passado.


De acordo com o delegado Gilberto Montenegro Costa Filho, responsável pelo caso, o suspeito e a vítima tinham consumido drogas e ela desmaiou. O delegado acredita que, achando que a jovem estava morta, Celso colocou-a no carro junto com a menina de dois anos e dirigiu até a represa, onde jogou a jovem, que acabou morrendo afogada. Após o crime ele abandonou a menina em uma rua na cidade vizinha, Sorocaba, e fugiu.


Após ser encontrada, a criança foi levada à delegacia e chegou a ficar oito dias em um abrigo. Segundo a avó, que cuida dela atualmente, a menina falou sobre a morte da mãe, o que indica que ela testemunhou o crime.



"Depois de algum tempo [da morte de Juliana], achamos que ela estava melhorando, mas mesmo assim perguntava muito da mãe. Uma dia nós dissemos: 'A mamãe está no céu'. Ela disse: 'Mamãe está na água, não no céu'. O tio do carro vermelho deixou ela lá", conta Maria Aparecida Jovino.




O laudo toxicológico feito em Juliana confirmou que ela usou drogas antes de ser deixada desacordada na represa pelo suspeito e morrer afogada.


"Ela vai crescer sem a Juliana, mas vamos fazer o possível para darmos a melhor vida para ela. A minha filha não vai voltar, mas minha neta ganhou quatro mães", diz a avó. Juliana tinha mais três irmãos.



Menina foi localizada suja em uma rua de Sorocaba (Foto: Reprodução/Facebook)


O crime


Em depoimento à polícia, o rapaz contou que conheceu Juliana no dia 23 de dezembro e foi com ela à casa de uma amiga. Por volta do meio-dia de 24 de dezembro, Juliana decidiu buscar a filha em casa e levá-la até o local em que estava com o rapaz.


De lá eles foram até a casa do rapaz, em Votorantim. "O Celso relatou que os dois estavam juntos em um dos cômodos, enquanto a menina ficou brincando no quintal. Em determinado momento Juliana começou a ficar roxa e desmaiou. Ele disse que tentou acordá-la durante uma hora", contou o delegado.


O suspeito disse à polícia que, desesperado e bêbado, decidiu colocar Juliana no banco de trás do carro e a criança no banco da frente. Ele então foi para Sorocaba e abandonou a menina em um bairro na Zona Leste. Horas depois de deixar a criança, ele dirigiu até a represa de Votorantim e colocou o corpo de Juliana na água.


O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Juliana morreu por afogamento. O laudo toxicológico apontou que havia cocaína no sangue.


Como a menina disse a parentes e ao Conselho Tutelar que a mãe "está na água" e que "o tio do carro vermelho deixou ela lá", o delegado considerou o relato feito pelo suspeito como mentiroso e que, na verdade, a menina acabou vendo a mãe ser jogada na represa.


O suspeito foi indiciado por homicídio com quatro qualificadoras: feminicídio, tráfico privilegiado, ocultação de crime anterior e abandono de incapaz. A prisão temporária vale por 30 dias.



Celso Rodrigues Nunes foi indiciado pela morte de Juliana Jovino (Foto: Carlos Dias/G1)

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