Família troca cidade pelo campo e passa a vender 50 mil cocadas por mês

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Na Mira do Povo

Família troca cidade pelo campo e passa a vender 50 mil cocadas por mês



Por Carolina Brazil e Jonatas Boni, G1 RO


orto Velho, que atualmente o maior produtor de água de coco verde no estado, também está se descantando na produção de cocadas. Isso porque uma mulher trocou a cidade pelo assentamento Terra Santa e montou a própria agroindústria com a família, onde passou a comprar cocos secos do interior, descascá-los e transformá-los em 50 mil cocadinhas por mês.


A ideia de produzir os doces de coco é de Elianete Gomes, que durante 19 anos trabalhou em uma padaria com o marido na área urbana de Porto Velho. Há quatro anos ela decidiu vender o empreendimento para morar no campo.


Lá, a trabalhadora plantou cerca de 300 pés de cocos na propriedade, mas como eles ainda não estão produzindo, Elianete passou a comprar cocos secos de Cacoal (RO), uma viagem de mais de 500 quilômetros até a capital.


Para fazer cada lote semanal de cocada, a pequena agroindústria da família compra 3 mil unidades de cocos secos por semana.


Após a matéria-prima chegar em Porto Velho, Elianete passa a descascá-los manualmente. Um trabalho que requer cuidado e habilidade. Depois da etapa de processamento, o coco é levado para a sala de produção.


Lá ele é colocado em uma máquina, feita pela própria trabalhadora rural, que consiste em mexer o doce sem parar até ficar no ponto.



Cocadas são feitas pela família há 4 anos (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)



"Essa maravilha de máquina foi criada por mim, em parceria com um rapaz que tinha os equipamentos. Essa máquina veio a acalhar em todos os meus benefícios, pois antes eu mexia na pá e precisava de duas para mexer. Enquanto ela tá fazendo, a gente faz outros processamentos, como corte, rotulagem, por exemplo", diz.


Elianete também criou um objeto para cortar as cocadinhas e assim deixá-las em um tamanho padronizado. "Fiz vários testes, de vários materiais e descobri que o PVC não colava", diz.



Coco é descascado por produtora para produção (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)




Ajuda da família




Quem cuida do setor de produção é a filha, de 24 anos. Etenaily Ingrid diz que pensa em fazer administração só para ajudar a mãe na agroindústria de cocadas.


O filho de Elianete também ajuda na produção de cocadinhas. Davi Menezes Coelho também deicou a cidade para ajudar a família no campo. "É um trabalho bom, pois faz a alegria de muitas pessoas", afirma.


Por mês, mais de 18 mil cocos são processados e transformados em quase 50 mil cocadinhas. A família quer ampliar o negócio.




Incentivo à agricultura familiar




Segundo Fábio Dutra Matos, gerente do escritório da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), atualmente existem 600 agroindústrias funcionando em Porto Velho, feitas por financiamentos com linha de crédito de incentivo do governo estadual.



"O produtor sai da ilegalidade e começa a trabalhar com todo apoio do governo, legalizado, podendo vender seu produto no comércio local", diz.


O produtor também pode tem incentivo de crédito do Governo Federal. Para este ano de 2018, segundo o Ministério de Integração Nacional, mais R$ 5 bilhões foram disponibilizados para produtores rurais da região Norte. Do total, mais de R$ 500 milhões ficaram só para Rondônia.


No ano passado, o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) cresceu 25%. Quem tiver interesse em contratar o FNO pode procurar o Banco da Amazônia, operador do crédito na região.


Segundo o Ministério de Integração, o FNO possibilita que o produtor faça "empréstimos para abertura do próprio negócio, investimentos para expansão das atividades, aquisição de estoque e até para custeio de gastos gerais relacionados à administração - aluguel, folha de pagamento, despesas com água, energia e telefone".

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