Time de freiras quebra paradigmas e mita no futebol

Editors Choice

3/recent/post-list

Geral

3/GERAL/post-list

Mundo

3/Mundo/post-list
Na Mira do Povo

Time de freiras quebra paradigmas e mita no futebol



Seja no convento ou na praça, as irmãs Carmelitas de Monte Sião, da cidade de Ponta Grossa (PR), a 100km de Curitiba, não escondem a paixão pelo futebol. Bater uma bolinha já é tradição para as freiras, que colocam a fé em prática até na hora do jogo.

- Só o fato de nós estarmos usando o ábito, o véu, já significa que nós queremos dar um testemunho de Jesus pras pessoas. Não importa onde nós estamos. Nós damos o testemunho de que nossa vida é uma oração - explica a irmã Andressa.

Antes da diversão, os momentos sagrados. Elas moram em casas diferentes da região dos Campos Gerais e, diariamente, dividem momentos de leituras, canções e rezas. O futebol é compartilhado no tempo de lazer, já que a vida de reclusão tem sacrifícios e exige que as freiras sigam à risca a rotina religiosa.


- Muitas irmãs gostam de jogar, e nós precisamos fazer um tipo de exercício físico. A ideia foi nos reunirmos no nosso dia comunitário. Iniciamos em uma praça da cidade - conta a irmã Maria Madalena.


Constantemente em missões e viagens, as carmelitas não têm local fixo para praticar o esporte. Quando estão em Ponta Grossa, variam entre o Parque Ambiental e outras quadras públicas nos arredores do principal convento da cidade. Com uniforme inusitado, o time chama a atenção de quem passa.


- Eu nunca tinha visto irmã jogando, então achei muito curioso, interessante e fiquei observando. É a primeira vez que eu vejo isso - disse Helena Komay, uma habitante da região, intrigada com o grupo de freiras.

Freiras x time do bairro: Carmelitas!


Enquanto o GloboEsporte.com acompanhava o treino das irmãs, em um fim de manhã, um grupo de estudantes as desafiou para uma partida. Os adolescentes desistiram rápido do confronto: em poucos minutos de jogo, as carmelitas abriram 2 a 0 no placar.


As próprias irmãs garantem que nada na história foge do comum. Apesar da indumentária característica até na hora de jogar bola, elas seguem um cotidiano como outro qualquer.


- Nós somos religiosas, consagradas, mas também temos uma vida normal. A gente se diverte, algumas jogam melhor, outras mais ou menos, mas pra gente conviver. Pra gente mostrar que somos capazes de jogar futebol - resume a irmã Chiara.


Como todo bate-bola entre amigos, algumas freiras se destacam, enquanto outras vão no ritmo do time. Mas elas se unem sempre, independentemente da qualidade individual, com o mesmo grito antes de entrar em quadra:


Time, time... Carmelitas!


A irmã Andressa é uma das craques e prefere o futebol raiz, sem chuteiras. A opção pelos pés descalços nada têm a ver com a religião.


- Todos ficam curiosos com o que a gente vive. Porque pensam que a irmã está só dentro do convento. E as irmãs foram feitas também para sair, para estar em missão - prega a freira.


Fantasma católico


Não é só com a bola nos pés que elas se divertem. As irmãs Maria Madalena e Chiara, por exemplo, são torcedoras de coração do Operário-PR, campeão da Série D. A dupla é figura recorrente nas arquibancadas do Germano Krüger.


- Nós vamos às vezes no estádio, mas o intuito maior é porque nós estamos em reforma com a nossa paróquia e vendemos show de prêmios para a torcida. Mas não tem como não interceder, vibrar junto com eles, porque é inédito. Em particular para nós, que gostamos do futebol - conta Maria Madalena, sobre o troféu conquistado no último domingo.



- Eu comecei a torcer para o Operário. Não conhecia muito bem, mas a gente começou a pegar gosto pelo time. É da nossa cidade. Estamos entrosadas com eles, rezando por eles - lembra a irmã Chiara.

Postar um comentário

0 Comentários