Cadeirante denuncia constrangimentos sofridos na sede da OAB Rondônia

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Na Mira do Povo

Cadeirante denuncia constrangimentos sofridos na sede da OAB Rondônia



Porto Velho, RO  -  Casa de ferreiro espeto de pau é assim que um cidadão se refere a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), secção Rondônia.
Os contrangimentos enfrentados pelo Sr. Marcelo Pereira foram relatados em seu perfil no Facebook logo após deixar a sede da ordem quando lá esteve para acompanhar a filha que foi receber o tão sonhado registro, mas conhecido como "Cadteira da  Ordem".
Leia o desabafo abaixo:
Ontem eu fui à entrega da carteira da Ordem dos Advogados do Brasil da minha filha, que ocorreu na sede da OAB em Porto Velho. Que decepção com a estrutura do prédio. Por fora é muito bonito e moderno, no entanto sem nenhuma noção do conceito de acessibilidade. Apesar de ter elevador e rampa no auditório, não há nenhum espaço reservado aos cadeirantes. Ontem, em especial, o espaço estava lotado e alguém disse que eu ficasse no fim da rampa lateral, no cantinho, ao pé da escada do palco. A situação já era constrangedora por si, pois estaria “estacionado” no meio do caminho em um local de passagem. Mas o que é ruim pode piorar! Pouco tempo depois chega uma segunda cadeira de rodas com uma simpática senhora sendo conduzida por seu filho. Tive então que me posicionar não mais de frente para o palco, mas agora de lado, para que coubessem as duas cadeiras de rodas, bloqueando quase que totalmente a passagem. Várias vezes pessoas tropeçaram em nossas cadeiras, nos dando a sensação de sermos intrusos naquela festa.
No momento da entrega da carteira dois advogados suspenderam minha cadeira para que pudesse subir ao palco pois o mesmo não tem rampa de acesso. Graças a Deus tenho bom humor e “jogo de cintura” e levo na esportiva as situações embaraçosas, mas ser carregado pelos outros é sempre desagradável e infelizmente uma rotina para nós.
Para fechar a noite tive vontade de ir ao banheiro. Ora, cadeirantes também vão ao banheiro, como todas as pessoas. Depois da solenidade ter acabado aproveitei a saída e já no térreo da OAB decidi procurar o banheiro adaptado às pessoas com deficiência para fazer o número necessário. Encontrei um corredor escuro onde estavam os banheiros e o respectivo para cadeirantes. Mas o bendito estava TRANCADO. Eu, em meu aperto e ligeiro desespero (perto dos banheiros parece que a bexiga vai explodir), falei pra um, pra outro, pra mais outro pedindo a chave da porta do banheiro. Então começou a correria de um amigo advogado em minha defesa (advogados são para isso), mas ao fim não acharam a chave e tive que ir em um supermercado próximo utilizar o banheiro para que não ocorresse um desastre na minha noite de comemoração.
Faço o relato para deixar o alerta para todos os advogados de Rondônia. Nós, pessoas com deficiência, cadeirantes, velhinhos, cegos, surdos, mudos e afins, nós EXISTIMOS! Essa é uma verdade que precisa sair do papel e se tornar uma realidade dentro da OAB. Eu não quero soar como “mimimi”, mas como um cidadão que gostaria de ser tratado com respeito pelo órgão representativo da classe que defende os direitos humanos, mas que em sua casa não respeita as pessoas com deficiência

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